terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pequenenez




Vontade de ficar desse tamaninho outra vez.
Eu nao me preocupava, não era obrigada, não me importava, não "tinha que", meu maior desespero era ver que nao tinha mais iogurte pra mim, ou então ir na "venda" e não poder comprar bala pra mim.Eu não decepcionava ninguém e ninguém fazia isso comigo. Eu tinha que fazer poucas escolhas.
Hoje eu tenho a responsabilidade de escolher um passo, e não outro. De escolher parar um pouco. De assumir com toda e qualquer efeito colateral que minhas decisões tenham.
E não dá pra voltar. Não da pra ser quem eu era. No fundo, acho que um pouco, uma porção muito miudinha ainda vaga em mim, sem se encontrar no meio de tanta informação, no meio da cabeça que nao para de pensar, no meio do pesar pela vida. No meio do pesar da vida. E quanto mais passa, mais pesa. Mais densa eu me torno. Mais fria, mais descrente, menos intensa, menos voraz. Não da. Não da pra ser quem eu era um ano atras, imagina 20 anos atras. Estou cheia de marcas, umas que nem sei onde estão, outras que ainda doem todos os dias. Cheia de amor. Eu acho que até guardar o amor dói. Que nem com coisas. Com o tempo, tem que ir se desfazendo. Se não na sua casa não vai caber mais nada, vai dar mofo e traças. Eu fico guardanto, guardando....
Perdi completamente o sentido hoje.

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