Lavou a alma descorpada.
Só nao lavou a minha memória ocular.
Não dissolveu a imagem.
Não levou a sensação.
E veio a nostalgia.
O querer do íntimo, os segredos.
O ver que tudo acaba tão rapido.
Pode não valer nada, e simplesmente ser tudo.
O tanto que ficou, o que não se sabe se virá.
A vulnerabilidade de uma motocicleta.
A fragilidade do corpo.
O choro engasgado, misturado com mais mil coisas entaladas.
Um oco.
Como se não tivesse orgão algum, e fosse aqui por dentro, o ateliê dos sentidos.
Um lugar pra transformar as sensações em sentimentos, os amores em tormentos, os olhares em prazer.
Um lugar perigoso. Que está como o céu. Fechado. Esperando para chover.
Chover dentro de mim.
Não é tristeza, é a imagem ocular.
1 comentário:
Muito lindo... especial.. fundamental... ao mesmo tempo:
emocional e sofredor.
Algo que se resumi a tudo que vivemos!
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